sábado, 10 de outubro de 2015
Alerta - Fechamento de Escolas do Campo no Paraná!
É hora de entender o que está acontecendo com a educação do campo, lutar para evitar a precarização e fechamento de escolas, assegurando este importante direito de todo brasileiro e brasil
Você sabia que entre os anos de 2003 e 2014 foram fechadas mais de 37 mil escolas no campo no Brasil, segundo o Censo Escolar do MEC/INEP? Só em 2014, 4 mil escolas da área rural no país fecharam suas portas. Isto significa oito escolas fechadas por dia. Só no Paraná, foram 759 escolas fechadas em um período de 9 anos (de 2003 a 2012).
A negação do direito constitucional à educação para a população camponesa refletirá, no futuro, em problemas sérios de sucessão rural, enfraquecimento da agricultura familiar, queda nos índices de qualidade de ensino. Existem vários fatores que implicam nos cortes de repasses às políticas educacionais, analisando a situação sob a ótica estadual. O repasse de recursos via FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), que estipula um valor nacional de R$2.243,71 por ano/aluno - ignorando a especificidade do campo - levou muitos gestores municipais e estaduais a fecharem escolas por uma suposta falta de verba e pelo reduzido número de educandos(as).
O que muitas prefeituras alegam é que o número de alunos matriculados não é suficiente para manter unidades educacionais abertas. Para a FETAEP, enquanto representante da sociedade civil, é preciso lutar de todas as formas para evitar o fechamento das escolas no campo. Segundo a secretária de Políticas Sociais da FETAEP, Marucha Vettorazzi, “o Movimento Sindical está atento e combatendo este erro. Afinal, de que adianta buscarmos políticas públicas para assegurar a permanência das famílias no campo se, em contrapartida, não há possibilidades de estudo no meio rural?”, questiona ela.
Com menos escolas rurais, muitos alunos são transportados para as escolas das cidades mais próximas. “Não concordamos com esta escolha do poder público ao preferir transportar crianças para escolas de cidades próximas ao invés de concentrá-las nas comunidades”, diz. Para Marucha Vettorazzi é preciso estabelecer uma independência educacional no campo, “que é o único local onde nossas crianças vão ter a possibilidade de terem contato com um ensino diferenciado voltado para sua cultura e particularidades”, afirma Marucha. Segundo o MEC, a exigência mínima de alunos para manter uma escola aberta é de 15 estudantes regularmente matriculados.
O transporte em grandes distâncias, com estradas ruins, submete os estudantes a situações de risco e aumenta as chances de evasão escolar. Além disso, o processo de aprendizagem requer um bom acompanhamento dos alunos por parte da família e dos professores. Os professores, por sua vez, também precisam de boas condições de trabalho para efetivar o ensino. A superlotação de salas de aula compromete a aprendizagem e as relações de convivência.
Assegurando a sucessão rural
A FETAEP acredita e defende de que a profissionalização de crianças e jovens do campo e no próprio campo gera impactos extremamente positivos para a melhoria da vida dentro das comunidades e, além disso, ainda assegura a sucessão rural.
Educação do e no campo - Ensino Diferenciado!
O ensino pedagógico do campo e da cidade deve ser essencialmente diferenciado. As escolas do campo precisam valorizar a história, o modo de vida e a forma de produção do alimento pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras rurais. O ensino precisa, portanto, ser desenvolvido a partir desta realidade. É importante referenciar valores como o cuidado com a terra e com a vida e ressaltar o forte papel dos agricultores e das agricultoras familiares.