Notícia

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Condições climáticas e a safra 2018

Secretário de Política Agrícola da FETAEP, Marcos Brambilla, fala a respeito

O ano de 2018 foi bem atípico do ponto de vista climático. Primeiro, por conta do excesso de chuvas do início do ano; depois pela estiagem prolongada de abril a maio, seguida de ventos fortes. Impactos financeiros foram sentidos pelos agricultores e agricultoras familiares. A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento contabiliza prejuízos com perdas de milho e feijão da segunda safra 2018 da ordem de R$ 1,34 bilhão em virtude da estiagem.

Grandes prejuízos que, segundo o secretário de Política Agrícola da FETAEP, Marcos Brambilla, só foram amenizados nas propriedades em que o agricultor adotou boas práticas de cultivo. “Ou seja, quem fez um bom manejo de solo – plantou em nível, fez uma cobertura de solo adequada, terraços, curva de nível, entre outras técnicas – com certeza sentiu menos os efeitos das condições climáticas de 2018”, afirma Brambilla, relembrando a grande divulgação que a FETAEP fez sobre a importância da agricultura familiar aderir ao PROSOLO (Programa Integrado de Conservação de Solo e Água do Paraná) – do qual é integrante do conselho gestor e político.

Clima - De acordo Brambilla, as chuvas de janeiro e fevereiro prejudicaram a colheita dos agricultores paranaenses. “As plantas que estavam em final de ciclo – como feijão, trigo, milho e soja – começam a brotar já que a colheita foi adiada, perdendo dessa forma a qualidade”, comenta Brambilla. Já a seca, diz ele, acabou prejudicando a produção do milho, em especial do milho safrinha.

“Atrelado a isso, a planta – que já tinha sofrido com a estiagem e estava com a raiz debilitada – acabou se quebrando ou tombando com os ventos”, afirma.  Em muitos casos, segundo ele, houve a perda total. Porém, o agricultor que estava assegurado, pelo PROAGRO (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) foi ressarcido e teve as perdas amenizadas. “No entanto, aquele que investiu com recursos próprios, sem financiamento, teve bastante prejuízo. No máximo, aproveitou alguma coisa para o trato animal”, lamenta Brambilla.

Outra atividade que também foi afetada pelo clima foi a produção leiteira. “Se o milho não rendeu conforme o esperado, sobrou menos para produzir a silagem que iria alimentar o gado de leite. Consequentemente, silagem de baixa qualidade ocasionou baixa produção de leite”, concluiu.