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terça-feira, 24 de março de 2015

Debates políticos e econômicos marcaram o 2º CETTR

24/03/15 - Palestra com Gracialino Dias, o educador popular, mestre em Educação e Trabalho (UFPR), doutor em Educação: Estado, Política, Sociedade (PUCSP) e professor da Universidade Fronteira Sul, en

Na manhã do dia 19 de março, o 2º CETTR iniciou com a palestra do historiador Gracialino Dias, que tocou em temas relevantes sobre a situação política atual em torno da questão agrária, do desenvolvimento e da organização e lutas dos trabalhadores rurais brasileiros. Além de historiador, Dias é educador popular, mestre em Educação e Trabalho (UFPR), doutor em Educação: Estado, Política, Sociedade (PUCSP) e professor da Universidade Fronteira Sul. Sua palestra foi essencial para embasar as discussões dos grupos de trabalho em torno do documento-base.

Exímio conhecedor da realidade rural e sindical, Dias - enaltecendo as lutas sociais do homem do campo -  iniciou sua apresentação com uma retrospectiva da situação recente da política em âmbito mundial e nacional, demonstrando como os rumos econômicos do mundo podem gerar consequências ao nosso país, Estado e até mesmo ao município. No que diz respeito à atual crise política brasileira, Gracialino Dias pontuou: “a crise fundamental é a crise de valores, a crise ética, que predomina na sociedade imperialista. No fundo é ela quem sustenta a crise política: escândalos de corrupção como o Mensalão e Lava Jato, entre outras de grande porte, porém também nas pequenas instâncias, que só existem em consequência desta crise maior”, afirmou aos delegados e delegadas presentes.

O professor doutor também comentou sobre a crise da soberania alimentar que, infelizmente, é muito presente no Brasil. Tal crise foi claramente notada, mencionou ele, após a última greve dos caminhoneiros que afetou a distribuição de produtos e alimentos em muitas regiões do Brasil e do Estado. Para Dias, a falta de políticas de créditos para o pequeno produtor rural o obriga a produzir o que lhe é estranho, ou seja, produzir o que não consome em casa, transformando a agricultura familiar em um “agronegócio mirim”, disse.

Por esse motivo e pelas pressões geradas pelo privilégio governamentais dados ao agronegócio e aos latifúndios, “temos desafios para a militância social”, ponderou Gracialino Dias. “O agricultores estão prisioneiros do atual modelo de capitalismo causado, em especial, pela carência de uma política agrícola de produção e comercialização”, enfatizou.

Desafios do MSTTR – Para o professor Gracialino, o Movimento Sindical possui grandes desafios pela frente, tais quais defender as políticas públicas, garantir a soberania alimentar e produzir alimentos saudáveis. Além disso, as entidades sindicais devem tomar cuidado para não se vincularem a partidos políticos e perderem, com isso, o poder de luta e de representação perante seu público.