sexta-feira, 10 de novembro de 2017
Energia renovável é tema de viagem técnica pela Europa
Após expedição técnica pela Itália, Áustria e Alemanha, Paraná deve criar marco legal para estimular a produção de energia renovável.
De 23 de setembro a 06 de outubro, a FETAEP foi uma das entidades participantes da expedição técnica pela Itália, Áustria e Alemanha que buscou conhecimentos no uso e na produção de energias renováveis. Os 13 dias foram marcados por muito aprendizado em torno de projetos bem sucedidos na geração de energia renovável. A Federação foi representada pelo secretário de Política Agrícola e vice-presidente, Marcos Brambilla, que fez parte da delegação organizada pelo Sistema FAEP/SENAR-PR.
Segundo Brambilla, os locais visitados possuem uma certa semelhança com a realidade paranaense, muitos podendo ser adaptados e colocados em prática no Estado. No entanto, para ele, uma diferença foi notadamente percebida: “governos europeus tratam com prioridade a geração de energia. Para eles, trata-se de um fator de desenvolvimento e soberania. Ou seja, o Estado assume um papel de facilitador e promotor da geração de energia entre os produtores rurais”, comenta.
E este será justamente o desafio assumido entre os integrantes da delegação participante da expedição técnica, entre eles estavam o secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, e o secretário do Planejamento e Coordenação Geral, Juraci Barbosa Sobrinho. “Agora, em parceria com o governo, Copel, Itaipu e demais entidades do setor, pretendemos adequar nossa legislação para oferecer condições para que as propriedades rurais paranaenses atuem na geração de energia com suas próprias matérias primas, como com os dejetos de animais”, diz Brambilla.
Ou seja, o Paraná deverá criar, em breve, um marco legal que regulamente a geração de energia, com a proposição de incentivos, como a redução da tributação de materiais importados, e estímulo à pesquisa. “A tecnologia ainda é cara e precisamos de incentivos”, afirma. Infelizmente, continua Brambilla, na agricultura ainda se joga fora muita coisa que poderia ser utilizada como, por exemplo, os dejetos suínos. “Além de energia, a biomassa pode se transformar em biofertilizante, reduzindo em até 70% o uso de insumos químicos em uma safra”, complementa Brambilla.
“Infelizmente na agricultura ainda se joga fora muita coisa que poderia ser utilizada na geração de energia como, por exemplo, os dejetos suínos”.
Confira os principais destaques da expedição técnica
ITÁLIA
No dia 30 de setembro, o grupo visitou uma propriedade com 16 hectares, que trabalha com turismo rural na cidade de San Candido, na Itália. A família tem alguns animais, galinhas, suínos, vacas e lhama, e produz madeira, que é utilizada na geração de energia e aquecimento da residência e dos apartamentos na pousada. Tem certificação orgânica. As pessoas buscam o local, com 1500 m de altitude, para descanso e tranquilidade. Toda a energia produzida vai para rede de distribuição ligada ao governo. A família vende a 0,28 centavos de Euro e compra a 0.19 centavos, tendo um subsídio de 0.09 centavos por kw. Do montante gerado por mês, 90 kw é proveniente da madeira e 40 kw da captação fotovoltaica.
ÁUSTRIA
Já na Áustria, na cidade de Bruck an der Leitha, a 50 km de Viena, o forte foi a energia eólica. A alternativa representa uma boa pedida para a geração de energia limpa com o aproveitamento da força do vento, que é forte e constante na região. Muitos estudos e até chegar a implantação de parques eólicos. Iniciou em 2000 com um grupo de produtores e sem subsídios do governo.
ALEMANHA
Na Alemanha o destaque ficou com a visita ao 7º maior parque de energia solar do mundo. Lá o grupo conheceu a empresa Krinner, próximo de Passau, que produz soluções para a energia solar. Fabricam vários tipos de parafusos em aço galvanizado para suporte das placas fotovoltaicas. Atuam em vários países porque têm um bom nível tecnológico, tendo reconhecidas 150 patentes.