domingo, 01 de junho de 2014
FETAEP auxilia comunidades contra o fechamento de duas escolas
Com o encerramento das aulas as crianças teriam que percorrer cerca de 30 quilômetros para estudar

Escola Rural Municipal de Leonópolis.
No final do mês de abril, uma notícia preocupava as comunidades de Leonópolis e Cachoeira, localizadas na área rural do município de Inácio Martins: o possível fechamento de duas escolas rurais que juntas atendem mais de 60 alunos com idades entre 06 e 10 anos. A Escola Rural Municipal de Leonópolis e a Escola Rural Municipal Agostinho Ermilino de Leão Filho, localizadas nos bairros Leonópolis e Cachoeira, respectivamente, passaram por uma vistoria do Corpo de Bombeiros que identificou algumas falhas na estrutura das paredes.
Diante da possibilidade de fechamento, os pais dos alunos começaram a se mobilizar contra. “Procuraram o Núcleo Regional de Educação mais próximo que, por sua vez, informou que nada poderia fazer para impedir que as escolas fossem fechadas”, conta a presidente do STTR de Inácio Mártins, Leoni Vieira. Foi a partir dessa negativa que os pais procuraram o Sindicato que, imediatamente, procurou a FETAEP em busca de orientações.
“Entrei em contato com a Secretaria de Educação do Campo da FETAEP e a ajuda veio mediante a informação de que, segundo a Lei n° 12.960/14, o fechamento de escolas do campo deve obedecer uma série de critérios, entre eles o de contar com o aval da comunidade local”, conta a presidente do STTR de Inácio Martins. Fator este que não aconteceu no município.
Tendo em mãos a referida lei e também uma cópia da carta de compromisso contra o fechamento das escolas do campo da Articulação Paranaense de Educação do Campo, também enviada pela FETAEP, os pais de alunos elaboraram um abaixo assinado que foi encaminhado à prefeitura. Após a mobilização, o prefeito do município, Marino Kutiansk, em reunião com os pais de alunos e moradores de Leonópolis e Cachoeira, se comprometeu em manter abertas as duas escolas e também em realizar as melhorias necessárias para a segurança dos alunos e funcionários. Na sequência, informou que deverá construir duas novas sedes.
O que diz a Lei sobre o fechamento de escolas do campo
Lei n° 12.960 de 27 de março de 2014 – que alterou a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional – exige a manifestação de órgão normativo do sistema de ensino e da comunidade escolar para o fechamento de escolas do campo, indígenas e quilombolas.
Segue a íntegra do novo parágrafo que passou a fazer parte da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: “o fechamento de escolas do campo, indígenas e quilombolas será precedido de manifestação do órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a manifestação da comunidade escolar”.