quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Geada prejudica agricultores de todo Estado
Café foi uma das culturas mais prejudicadas. Fetaep pressiona governo para medidas de socorro
Os impactos da geada do mês de julho foram negativos para a agricultura familiar paranaense, em especial para as culturas permanentes como café, frutas, trigo, pastagens e também milho safrinha, além de hortaliças. A Fetaep vê com preocupação esse impacto e já está buscando medidas de proteção junto ao governo estadual e federal.
Segundo o presidente Ademir Mueller, mesmo com o socorro, o Paraná já pode esperar que a produção será inferior ao planejado. “Com toda a certeza, a colheita de café para o ano que vem será baixa”, adianta Mueller. De acordo com ele, a Federação está lutando para que o socorro governamental seja imediato para que os impactos sejam amenizados e as perdas compensadas.
Incentivos para a adequação das lavouras para as futuras colheitas, assistência técnica gratuita, rebates nos atuais financiamentos de custeio e apoio para a produção de mudas são algumas das ações que a Fetaep, em parceria com outras entidades, está buscando perante agentes públicos. Para tal, a Federação participou, no dia 31 de julho, da reunião extraordinária da Câmara Técnica do Café, em Londrina, que debateu justamente essas questões.
A Fetaep foi representada pelo secretário de Política Agrícola da Federação, José Carlos Castilho. Segundo ele, o encontro buscou encontrar uma saída emergencial aos cafeicultores, tendo em vista que as perdas ficaram em torno de 50%. Além da Fetaep, participaram da discussão o instituto Emater, algumas cooperativas e o Iapar, entre outras entidades.
Sob outro aspecto, a Fetaep também deverá efetuar um trabalho de estímulo para que o cafeicultor permaneça na atividade, pois “percebemos que o desânimo está grande entre os produtores”, destaca. O preço do café já não estava bom e muitos produtores, segundo relatos, não iriam conseguir pagar suas dívidas. “Agora com a geada o cenário se agravou ainda mais”, afirma Castilho, dizendo ainda que a grande preocupação da Fetaep nesse momento é com o êxodo rural.
Para Castilho, o café é uma cultura que sempre empregou muita gente, além de ser essencial à economia paranaense. “Diante disso, estamos preocupados com o futuro do agricultor familiar que cultiva o café”, afirmou. Com a geada, explica Castilho, o agricultor perde uma grande quantidade de área produtiva para plantar. “Após a queimada, é preciso renovar a planta por meio da poda. Fator este que pode levar de dois a três anos para a produção crescer ao ponto de ser colhida”, informa.
A Fetaep luta para manter a população rural no campo, porém, desde que tenha recursos para isso.