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quarta-feira, 14 de agosto de 2019

6.ª Edição da Marcha das Margaridas reúne mais de 400 trabalhadoras rurais paranaenses em Brasília

O lema “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência” pauta as reivindicações desta edição

Nos próximos dias 13 e 14 de agosto, em Brasília, acontece a 6.ª Marcha das Margaridas, evento que ocorre a cada quatro anos e reúne mulheres representantes da agricultura familiar de todas as regiões do Brasil. Mais de 400 trabalhadoras rurais paranaenses se juntarão às manifestantes de outros estados na caminhada rumo à Esplanada dos Ministérios para reivindicar seus direitos e representar a voz de todas as mulheres do campo. Ao todo, a marcha deve reunir mais de 100 mil mulheres do campo de todo o país. O evento é coordenado pela Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) com a participação de todas as federações filiadas, entre elas a Fetaep (Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná).


Ao longo dos últimos quatro anos foram construídos o lema e os eixos políticos da marcha, que servem como retrato das pautas estabelecidas. Serão oito ônibus com mulheres das 10 regiões do estado para discutir sobre agroecologia, sustentabilidade, conservação do meio ambiente e igualdade de raça e gênero.

O que é a Marcha?

Desde 2000, quando ocorreu a primeira edição, a Marcha das Margaridas caracteriza-se pela ação estratégica das mulheres do campo para ganhar visibilidade e ter suas pautas atendidas pelo poder público. Ela se constrói a partir do debate nas comunidades, municípios e estados, até chegar ao âmbito nacional em Brasília. O evento acontece a cada quatro anos e reúne trabalhadoras de todos os 26 estados e do Distrito Federal, chamadas de margaridas.

Quem são as margaridas?

O nome é utilizado para representar agricultoras familiares, extrativistas, artesãs, quilombolas, indígenas e muitas outras, que hoje são denominadas de mulheres trabalhadoras do campo, da floresta e das águas. Foi escolhido em homenagem à Margarida Maria Alves, uma mulher nordestina que ocupou por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, que foi assassinada aos 40 anos de idade, deixando uma mensagem de luta, justiça, igualdade e paz.
 
Os eixos

Ao todo foram definidos 10 eixos para nortear as reivindicações da marcha: Por Democracia com Igualdade e Fortalecimento da Participação Política das Mulheres; Pela Autodeterminação dos Povos, com Soberania Alimentar e Energética; Pela Proteção e Conservação da Sociobiodiversidade e acesso aos bens comuns; Por Autonomia Econômica, Trabalho e Renda; Por Terra, Água e Agroeocologia; Por uma Vida Livre de Todas as Formas de Violência, sem Racismo e sem Sexismo; Pela Autonomia e Liberdade das Mulheres sobre o seu corpo e sua Sexualidade; Por Saúde Pública e em Defesa do SUS; Por Previdência e Assistência Social Pública, Universal e Solidária; e por uma Educação não Sexista e Antirracista e pelo Direito à Educação do Campo.

Evento Mulheres Rurais

A Fetaep reuniu no início de agosto representantes das regionais do estado para discutir os temas da Marcha das Margaridas. O encontro aconteceu em dois dias (1 e 2/8) e contou com a presença da diretoria da Federação para a abertura das palestras, e convidados que apresentaram temas como violência contra a mulher, empreendedorismo sustentável e reforma da previdência. Ao final do evento, Ivone Francisca de Souza, agricultora e membro da diretoria da Fetaep, foi escolhida pelas participantes para liderar a comitiva paranaense na Marcha das Margaridas.