Notícia

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Por uma comunicação popular e democrática

Para Gracialino Dias esse é o caminho para combater a imprensa pró-imperialista que vigora no Brasil.

Uma comunicação que esclareça e que, acima de tudo, seja popular e democrática. “É disso que o Movimento Sindical precisa ao pensar nas suas ações de mídia”, disse Gracialino Dias em sua palestra Hegemonia e o Monopólio da Mídia durante o 2º Encontro de Comunicação da FETAEP. “Precisamos de uma imprensa organizadora e educadora, mas que nos eduque para dentro. Só assim será possível combater essa imprensa pró-imperialista que trabalha embasada no ilusionismo”, citou.

Hegemonia é, portanto, poder. “Poder esse defendido e sustentado pela grande mídia – concentrada nas mãos de apenas sete famílias – que disputa a opinião da sociedade com grande capacidade de influenciá-la”, salientou Dias. Como metodologia de trabalho o professor Gracialino apresentou as linhas de pesquisa de vários teóricos da comunicação.

Um deles foi Antonio Gramsci, filósofo italiano e cientista político. Inspirado nele disse: “os jornais do capitalismo fazem vibrar as cordas da burguesia; assegura o consenso e a força dos burgueses imbecis; apresenta os fatos em favor da burguesia; retratam grevistas como baderneiros e vândalos”. É preciso, segundo ele, um marketing verdadeiro que reflita a ação sindical. Para isso, afirmou: “mais jornalistas e menos advogados. Sejamos mais proativos e menos defensivos”.

Para o professor, já que a sociedade está vivenciando uma ditadura burguesa, aquela em que o capital se sobrepõe ao povo, é preciso fazer com que os meios de comunicação sindicais sejam não apenas a cartilha dos trabalhadores, mas também seus cursos de graduação e de pós-graduação. De acordo com ele, é preciso orientar e esclarecer com um conteúdo crítico, que denuncie e ocupe seu espaço dentro dessa sociedade.

Esse é o papel dos jornalistas e dos assessores de imprensa dentro do Movimento Sindical. Segundo Gracialino, cabem a estes profissionais traduzir para a sociedade aquilo que o Sindicato faz em uma linguagem acessível. “Nos dias de hoje a figura do jornalista é indispensável na luta de classes. Entre a assessoria jurídica e a de comunicação fique com a de comunicação, que tem o papel de produzir e organizar o conteúdo a ser divulgado. Podemos dizer que representam os educadores de toda a classe”, ponderou.

Para Dias, só ganhará a opinião do público aquele que tiver maior capacidade de “tradutibilidade”, ou seja, de traduzir para os trabalhadores e trabalhadoras aquilo que faz e luta - com uma linguagem que chega a todos, é claro. “O desafio está lançado. Cabe agora a vocês, dirigentes sindicais, não só unir a categoria, mas principalmente expandir com a classe”, concluiu.