Notícia

quinta-feira, 17 de março de 2011

Salário de 234 mil assalariados custa 3% da soja produzida no PR

Cálculos do Dieese refutam justificativa patronal para a não concessão do piso estadual aos trabalhadores rurais

O economista do Dieese, Cid Cordeiro, relatou aos delegados (as) dos 1º Congresso Estadual o balanço da primeira rodada de negociação salarial com a classe patronal. “Eles alegaram que o custo da mão de obra já está alta demais”, informou Cid Cordeiro. Segundo os empregadores, há pouco tempo a mão de obra de um trabalhador saia por 15 sacas de soja. Atualmente, não sai por menos de 18.

Diante da afirmação dos empregadores, o Dieese calculou o valor total da produção de soja do Paraná, assim como o valor arrecadado com as sacas, e chegou a conclusão de que os empregadores gastam apenas 3% do total arrecadado com os salários dos 234 mil trabalhadores rurais.

“Para se ter uma ideia, basta calcular os 14 milhões de sacas colhidas no Paraná em 2010 e multiplicar pelo valor da saca - que está saindo por R$ 43”, sugere o economista, demonstrando aos ouvintes de que o argumento da classe patronal não é plausível. Já quando a comparação é feita com a produção do milho, 6% de toda a produção estadual é suficiente para pagar os trabalhadores rurais.

Ou seja, o custo da mão de obra – já com os tributos – é muito baixa diante dos demais 97% que ficam com os empregadores. Dentro da produção agrícola do Paraná, o que o Estado mais produz é cana, seguido por soja, depois milho, mandioca, trigo, feijão, batata inglesa, arroz e café.