segunda-feira, 04 de abril de 2016
Silvicultura é a principal atividade dos informais
No Paraná, a atividade econômica campeã em manter trabalhadores rurais sem o devido registro em carteira de trabalho é Silvicultura, mais especificadamente no corte de pinus em áreas flores
No Paraná, a atividade econômica campeã em manter trabalhadores rurais sem o devido registro em carteira de trabalho é Silvicultura, mais especificadamente no corte de pinus em áreas florestais. Em seguida vem as culturas temporárias, onde o trabalhador atua apenas por alguns dias, como no plantio e colheita de batata, mandioca, tomate, cebola e erva-mate. A informação é da secretaria de Assalariados da FETAEP.
Normalmente, segundo o assessor da secretaria, Clodoaldo Gazola, os trabalhadores que se submetem à informalidade são pessoas simples, que carecem – acima de tudo – de informação acerca de seus direitos e são facilmente ludibriados pelos empregadores que não formalizam os trabalhadores. “Alguns, inclusive, não sabem nem que o Paraná possui um piso estadual”, afirma. Gazola diz ainda que é fácil os empregadores enganarem os trabalhadores. “Alguns dizem que depois de três meses vão registrar e não o fazem. Muito pelo contrário, acabam demitindo o funcionário caso seja cobrado”, comenta o assessor de Assalariados da FETAEP, dizendo ainda que ocorre também o fato do empregador dizer que, por ser pouco tempo de trabalho, não é necessário registrar.
Infelizmente, alguns ainda desconhecem as leis e seus direitos. “Por conta disso, acabam achando que é normal aquela condição precária e, muitas vezes, desumana”, pondera Gazola. Por isso, atuar diretamente na conscientização é primordial e tem direcionado as ações da FETAEP. Nosso foco foi – nestes 10 anos – esclarecê-los que isso não é normal, não é correto e é, acima de tudo, ilegal.
Porém não é um trabalho simples e há ainda muito o que se fazer. Com a informação cada vez mais acessível, a FETAEP pretende dissipar e dar amplitude à causa. Para este ano, já prepara uma série de ações voltadas ao esclarecimento e convencimento da sociedade em torno do registro em carteira. “Precisamos alertar o trabalhador, mas não apenas ele, a sociedade como um todo também precisa ouvir. Ela também precisa saber o que está acontecendo. Isso se trata, inclusive, de uma ação cultural, pois muitos ainda carregam dentro de si aquela ideia de que trabalhar sem registro é melhor e mais rentável. É um grande engano”, pondera o secretário de Assalariados, Carlos Gabiatto.
A FETAEP reconhece que combater a informalidade não é fácil, mas minimizá-la é possível desde que haja o emparelhamento dos órgãos públicos, especialmente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Além disso, é preciso vontade e consciência da categoria econômica e profissional. “Queremos estimular os empregadores que estão formalizando (61.47%), porém seremos implacáveis na ação contra aqueles que não estão cumprindo com o seu dever. Já os trabalhadores precisam entender que o registro em CTPS é uma excelente forma de exercer sua cidadania a curto, médio e longo prazo com garantias sociais e trabalhistas”, conclui o presidente da FETAEP, Ademir Mueller.