Desde o início do ano que a FETAEP e o Sindicato dos Trabalhadores(as) Rurais (STTR) de Boa Ventura de São Roque vêm acompanhando o caso que envolve o ensino integral do Colégio Estadual Adonis Morski do município. Familiares da maioria dos estudantes se posicionaram contrários à implantação do ensino integral por entenderem que a decisão foi tomada sem uma consulta prévia e adequada à comunidade local – formada em sua maioria por famílias que vivem e trabalham no campo. Indignados com a decisão, por considerarem arbitrária, os pais formaram uma comissão e iniciaram uma grande mobilização junto à comunidade, ao Ministério Público, à Defensoria Pública, à SEED (Secretaria de Estado de Educação), ao STTR, à FETAEP e aos vereadores locais.

Do esforço coletivo a comissão colheu o que pleiteava: o caso foi revertido e a escola seguirá até o final de 2024 no modelo semi-integral. Segundo o pai de uma aluna da escola e integrante da comissão, Amadeu Pincheski, após o Ministério Público e a Defensoria Pública terem se manifestado a favor dos pais, a mãe que havia entrado com um mandado de segurança e tinha obtido a liminar favorável ao ensino integral desistiu do processo - antes da decisão de mérito. “Com isso, o juiz do caso extinguiu o processo e obtivemos essa vitória”, comemora Amadeu Pincheski, que já adianta que para 2025 a comissão lutará para a retomada do ensino regular.

“Quando solicitamos o semi-integral não sabíamos que a escola poderia retornar para o regular – o que acabamos descobrindo depois, no decorrer do processo”, pontua. A comissão, que é representada pela advogada Janaína Paula dos Santos Berardi, segue em contato com a SEED e cobra a participação dos pais no planejamento de 2025, assim como exige uma nova diretoria para Colégio Estadual Adonis Morski.

FETAEP de olho
Toda a interlocução entre a FETAEP e a comissão de pais do Colégio Estadual Adonis Morski foi realizada pela secretaria de Políticas Sociais da Federação que, dentre suas frentes de atuação, está a Educação do Campo. A FETAEP – por valorizar a sucessão rural e a permanência da juventude no meio rural com renda e qualidade de vida – apoiou a causa por entender que a vivência junto à propriedade e à família se faz necessária. “Mesmo com essa vitória, a Federação seguirá lutando para que as escolas que aderiram ao ensino integral tenham conteúdos condizentes com o meio rural e que dialoguem com o dia a dia desses estudantes”, salienta a secretária de Políticas Sociais, Tainá Guanini.